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domingo, 23 de maio de 2010



                                            Foto By Sandra Hasmann

A mente apaga registros duplicados
Por Airton Luiz Mendonça 
(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)


O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. 
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo


É quando você se sente mais vivo. 


Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim.... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a
... 

ROTINA


A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. 

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.


Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. 


Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. 

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. 


Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. 

Seja diferente.


Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é? 

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. 


E
 S CR EVA em tAmaNhosdiFeRenTes em CorES di fE rEn tEs ! 

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE... 

V I V A !!!!!!!!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

                                     PARA LER E REFLETIR...
               Foto tirada por  Gabriella Hasmann (3 anos de idade)






"Para liderar o povo, ande atrás dele". (Lao-Tse)

"O perdão é uma dádiva altamente valiosa. Seu custo, no entanto, é nulo". (Betty Smith)

"Não há nada que melhor defina uma pessoa do que aquilo que ela faz quando tem toda a liberdade de escolha". (William M. Bulger)

"As palavras de conforto, bem administradas, são a mais antiga terapia que o homem conhece". (Louis Nizer)

"A expressão mais genuína de um povo reside na dança e na música. Os corpos nunca mentem". (Agnes Demille)

"Não arriscar nada é arriscar tudo". (Cesare Cantú)

"Qualquer um que conduza uma discussão apelando para autoridade não está usando sua inteligência; está usando apenas sua memória". (Leonardo da Vinci)

"Assim que todo mundo concorda com uma idéia, um líder deve começar a trabalhar na próxima". (Roger Enrico)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A MONTANHA


- Waldemar Nicliewicz _

A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha. Como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso. Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.

No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto mais subimos, mais
árduo vai se tornando o caminho. Chegando a uma primeira etapa, necessitamos
de toda a força para prosseguir. O importante é perseguir o ideal: chegar ao
topo.

À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As
paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores,
as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão
pequenas... É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles
que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas. Pode acontecer que
um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo.
Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de
uma pedra.

É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados,
feridos a ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem
e nos cura os ferimentos. Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a
recomeçar a escalada. Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende
ao amigo que nos puxa para a subida.

Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia. Por
vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. O
que nos salva é o equipamento certo para este momento. Depois vêm as
tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as
dificuldades que ainda não superamos.

Se escorregarmos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas
habilidades para parar e voltar de novo. Se cairmos num buraco de falsidade
de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar
sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.

Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer,
cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem. Não desistir nunca
de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao
topo da montanha. Para os alpinistas, os mais altos picos são os que mais os
atraem. Eles desejam alcançar o topo e se esmeram. Preparam-se durante
meses. Selecionam equipe, material e depois se dispõem para a grande
conquista. Todos nós temos um desejo, um sonho, um objetivo, um verdadeiro
Everest. E este Everest não tem 8.848 metros de altitude, nem está entre a
china e o Nepal, este Everest está dentro de nós.

"É preciso ir em busca deste Everest, de nossa mais profunda realização".